Party: Stardustballs | Steffi [live] ・Shcuro ・Dexter
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STEFFI
As gerações que cresceram mesmo antes de a música electrónica se ter popularizado, lembram-se de como, em tempos, para a maioria das pessoas, a música electrónica não era música “a sério”. Era música feita por máquinas, e a única influência humana que sofria decorria de alguém ter carregado num botão, pelo que o pensar e a alma, não tinham nada a ver com o resultado final. Décadas depois, poucos duvidam que um produtor possa expôr através das máquinas o que lhe vai na alma, tanto como qualquer cantor-autor numa guitarra acústica.
É isto que Steffi faz com a sua música e através das suas máquinas. Ela é uma contadora de histórias, uma criadora de emoções, frontal e sem tretas, uma caçadora de momentos sempre com o coração ao pé da boca. E não é segredo nenhum que gostamos muito dela, por estas razões e outras mais, e há muito que a queríamos escutar a contar as suas histórias e criar os seus momentos, com a sua própria música, depois de tantas emoções vividas com ela a passar a música de outros. Os seus álbuns, Yours & Mine (2011) e Power Of Anonimity (2014) não devem deixar dúvidas do que esperar. São faixas feitas para a pista, directas, honestas e eficazes, saídas das mãos de uma artífice experimentada nas linguagens do techno e do house, vistos pelos olhos de uma fanática do electro de Detroit e do IDM da linha Warp.
Mas é acima de tudo a música de quem não deixa nada por dizer, de quem sabe que há confissões mais fáceis de fazer numa pista cheia às 5 da manhã, quando aquela pessoa que espreitavas pelo canto do olho, enfim te olhou de frente e sorriu, quando te viu tão perdida na música como ela. É uma música de cumplicidades, que sabe tão bem fazer-nos mexer como dizer o indizível entre nós. É afinal, a lei da atracção natural segundo Steffi, no Lux.
\\ ENGLISH VERSION //
The generations who grew just before electronic music became popular, will remember how, not long ago, it wasn´t seen as “real” music by most people. It was seen as music made by machines, on which the only human influence came from someone pressing a button, and as such, thought or soul had nothing to do with the outcome. Decades later, few doubt that a producer can pour into the machines what´s inside his soul, as well as any singer/songwriter on an acoustic guitar.
That´s what Steffi does with her music and through her machines. She´s a storyteller, a weaver of emotions, to the point and with zero bullshit, a chaser of the moment wearing her heart on her sleeve. And it´s no secret we like her a lot, for these reasons and many others, and for a long time we´ve wanted to hear her tell her stories and create her moments, after so many emotions experienced with her spinning other people´s music. Her albums Yours & Mine (2011) and Power Of Anonimity (2014), should leave you no doubt on what to expect. Tracks made for the floor, direct, honest and efficient, coming from the hands of someone well versed in the techno and house languages, as seen through the eyes of fanatic of Detroit electro and Warp-school IDM.
But most of all, it´s music by someone who leaves nothing unsaid, by someone who knows that there are confessions that are easier to make at 5 AM on a full dancefloor, when that person you´ve been timidly looking at all night, finally looks you in the eye and smiles when seeing you´re as lost in the music as she is. It´s the music of complicities, as able to make us move as it is of expressing the unspeakable between us. It is after all, the law of natural attraction, according to Steffi, at Lux.
SHCURO
As sombras podem não ser só o domínio do soturno, do resignado, do atemorizado. O lado obscuro da vida pode ser o ponto de partida dos primeiros passos para um futuro cheio de brilho. Todos somos feitos de luz e escuridão, e há os que avançam sem medo de mão dada com essa escuridão, para que a luz incida mais forte sobre o que está por vir.
Destas trevas emerge Shcuro, a identidade musical assumida pelo lisboeta João Ervedosa. Shcuro encarna um raver pós-apocalíptico, um justiceiro da pista buscando a libertação de corpos e mentes através de uma guerrilha sónica movida a kicks trovejantes e engenhos musicais cortantes. Não é dificil imaginar a sua abordagem industrial ao techno a ecoar em celebrações dançantes ocorridas num futuro distópico, onde os últimos dias são vividos com a sofreguidão de quem não sabe se verá um amanhã. A luz negra de Shcuro tem emanado de trabalhos lançados em selos nacionais como a Con+ainer e a Golden Mist, ou a partir de labels como a holandesa Obscuur e a australiana Green Fetish, e envolveu também a italiana CRS Recordings graças ao seu projecto com Monoritmo, Polymers. A atração pelo abismo seduziu já as catacumbas do Tresor e a pista principal do Lux, provando que a Sombra (também o nome da sua editora) de Shcuro é longa e a todos toca.
Sendo sabido que é no negrume do espaço que se espalham as poeiras cósmicas, então também as Stardust Balls teriam que conter em si algo de Shcuro. Mas este é um Shcuro do qual não temos de ter medo. Esta é a noite em que dançamos com as nossas sombras. Até que a luz nos leve.
\\ ENGLISH VERSION //
SHCURO
Shadows aren´t only the domain of the taciturn, the resigned, the fearful. The dark side of life can be the starting point for the first steps into a bright future. We are all made of light and dark, and some step forward hand in hand with that darkness, so that the light shines brighter on what´s yet to come.
From that dark emerges Shcuro, Lisbon-born João Ervedosa´s musical identity. Shcuro embodies a post-apocalyptic raver, a knight of the dancefloors in search of liberation of bodies and minds through sonic warfare, fueled by thundering kicks and cutting musical contraptions. It isn´t hard to imagine his industrial techno approach echoing in dancing celebrations taking place in a dystopian future, where the last days are lived with the eagerness of not knowing if there will be a tomorrow. Shcuro´s black light has emanated from works released on national imprints like Con+ainer and Golden Mist, or arriving from labels like Holland´s Obscuur and Australia´s Green Fetish, and has enveloped also italian CRS Recordings, through his project with Monoritmo, Polymers. The allure of the abyss has also seduced the vaults of Tresor and Lux´s main floor, proving that Shcuro´s shadow (Sombra - also the name of his label) is long and far-reaching.
It is know that cosmic dust spreads mostly through the blackness of space, and inevitably, Stardust Balls have to contain something of Shcuro in themselves. But this is the dark that you shouldn´t be afraid of. This is the night when we dance with our shadows. Until the light takes us.
- Nuno Mendonça